9.9.06

Palavras de Ministro.


Essa postagem não estava prevista mas tornou-se inevitável - tamanha a beleza e a profundidade das palavras - dividir com vocês pelo menos alguns trechos de um discurso do Ministro Gilberto Gil, no qual ele fala sobre Cultura, Educação e Cidadania.. Ele expressa, com a liguagem deliciosa que só Gil possui, muito do que pensamos e do que pretendemos com essa caminhada política. Leiam e comentem:


Rio de Janeiro, 30 de agosto de 2006.
"Se é verdade e se ainda podemos dizer que o Brasil é uma nação em formação, mesmo agora que estamos diante da dissolução dos Estados Nacionais pela globalização que agitou o planeta nas últimas décadas, esse lado inconcluso de nossa auto-formação sempre nos beneficiou com uma grande dosagem de experimentalismo e desembaraço, fazendo com que nos esquivássemos com a graça engenhosa de nossos mestres capoeiristas – manemolência de bamba e de sambista misturada com a agudeza certeira de um rapper – das mazelas de uma identidade impositiva e nacionalista. Nossa formação é uma formação que nos privou, para bem e para mal, das formalidades e dos formalismos, costumes tão caros ao Ocidente, e nos fez desenvolver uma noção e um sentimento de forma e de identidade vivos e abertos para a atualização constante. Esse é o nosso maior patrimônio imaterial que deve ser acolhido nas salas de aula e que tem como maior mestre nossas artes e nossas culturas.

(...)A experiência que temos vivido através dos Pontos de Cultura nos faz retomar esse sentimento “modernista” de “redescobrir o Brasil”, de fazer esse sentimento contaminar o Estado com a experiência da multiplicidade de nosso povo, um povo que se formou pela contribuição infinita de todas as culturas. Essa experiência me faz pensar sonhadoramente na possibilidade de tornar cada escola em um novo ponto de cultura, assim como poderíamos fazer com que cada museu se tornasse uma escola, um centro de formação e pesquisa, um lugar onde o patrimônio cultural e as tradições do país fossem vividos pelas comunidades de freqüentadores, pelo público, como ambiente de trocas e de conhecimentos. Talvez esteja nesse desejo a tão sonhada possibilidade de empoderamento das comunidades locais, um sonho de fazer com que cada indivíduo se assenhore de seu destino.

(...)A possibilidade de afirmação da vida e dos valores públicos, da sobre-vivência de nossa sociedade, reside na expansão desmedida que a educação e a cultura podem gerar em nossas consciências e imaginações, em nossos modos de ser e de existir, de fazer e de pensar. Eis o desafio lançado por todos e a todos nós que estamos aqui reunidos hoje."
Leia mais:
http://www.cultura.gov.br/noticias/discursos/index.html

4.9.06

A quantas anda a educação na Bahia?

Desenvolvido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Saeb é a primeira iniciativa brasileira, em âmbito nacional, no sentido de conhecer mais profundamente o nosso sistema educacional. As avaliações do Saeb produzem informações a respeito da realidade educacional brasileira e, especificamente, por regiões, redes de ensino pública e privada nos estados e no Distrito Federal, por meio de exame bienal de proficiência, em Matemática e em Língua Portuguesa (leitura), aplicado em amostra de alunos de 4ª e 8ª séries do ensino fundamental e da 3ª série do ensino médio.
Pelo que foi aferido pelo Saeb a Bahia obteve o 5º pior resultado, saindo-se melhor apenas que os estados do Maranhão, Paraíba, Rio Grande do Norte e Alagoas, ficando atrás - no Nordeste - de Sergipe e Piauí, que estão entre os estados mais pobres do Brasil. Confira:
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Médias de desempenho – Brasil, por Regiões (2001 e 2003)
4ª série Ensino Fundamental – Língua Portuguesa


2001 2003
NORDESTE 146,9 152,3
Maranhão 146,7 148,4
Piauí 152,0 153,2
Ceará 145,1 152,5
RN 142,4 149,8
Paraíba 155,9 151,0
Pernambuco 149,1 157,1
Alagoas 148,1 151,2
Sergipe 149,6 160,0
Bahia 143,5 151,4

SUDESTE 178,8 181,7
Minas Gerais 176,4 183,0
Espírito Santo 170,2 175,1
Rio de Janeiro 179,8 183,8
São Paulo 180,4 180,9

SUL 175,9 178,5
Paraná 173,1 175,2
Santa Catarina 176,6 179,6
Rio G. Sul 178,7 181,2

CENTRO-OESTE 164,4 172,5
Mato Grosso do Sul 156,7 165,4
Mato Grosso 152,2 159,4
Goiás 167,3 175,3
Distrito Federal 185,6 193,0

NORTE 156,9 158,8
Rondônia 160,5 160,0
Acre 148,7 159,1
Amazonas 162,4 162,9
Roraima 157,0 158,3

Fonte: Portal do Ministério da Educação www.mec.gov.br.

2.9.06

Ser cidadão


O que é mesmo ser cidadão? Há quem ache que é apenas não jogar lixo no chão. Outros acham que é ajudar alguém a atravessar a rua - uma criança, um idoso, um deficiente.
Mas será que cidadania é apenas isto?
Definitivamente, não!
Ser cidadão é construir a consciência dos seus direitos e deveres, é assumir-se como co-participante da organização do Estado, das instituições que definem normas para a vida em sociedade.
Ser cidadão é agir conforme uma consciência política, conforme uma ideologia que, independente das suas filiações, preze pelo bem-estar de todos e pela construção de uma sociedade justa, onde todos possam ter os mesmos direitos, onde não haja discriminações.
Ao contrário do que era ser cidadão na Grécia Antiga, por exemplo, onde a cidadania era excludente, nas sociedades atuais que são regidas pelos princípios democráticos, este conceito preza pela inclusão, pela garantia de direitos e pela partilha de responsabilidades.
Ser cidadão é encontrar a condição plena da vida em uma sociedade democrática.