Essa postagem não estava prevista mas tornou-se inevitável - tamanha a beleza e a profundidade das palavras - dividir com vocês pelo menos alguns trechos de um discurso do Ministro Gilberto Gil, no qual ele fala sobre Cultura, Educação e Cidadania.. Ele expressa, com a liguagem deliciosa que só Gil possui, muito do que pensamos e do que pretendemos com essa caminhada política. Leiam e comentem:
Rio de Janeiro, 30 de agosto de 2006.
"Se é verdade e se ainda podemos dizer que o Brasil é uma nação em formação, mesmo agora que estamos diante da dissolução dos Estados Nacionais pela globalização que agitou o planeta nas últimas décadas, esse lado inconcluso de nossa auto-formação sempre nos beneficiou com uma grande dosagem de experimentalismo e desembaraço, fazendo com que nos esquivássemos com a graça engenhosa de nossos mestres capoeiristas – manemolência de bamba e de sambista misturada com a agudeza certeira de um rapper – das mazelas de uma identidade impositiva e nacionalista. Nossa formação é uma formação que nos privou, para bem e para mal, das formalidades e dos formalismos, costumes tão caros ao Ocidente, e nos fez desenvolver uma noção e um sentimento de forma e de identidade vivos e abertos para a atualização constante. Esse é o nosso maior patrimônio imaterial que deve ser acolhido nas salas de aula e que tem como maior mestre nossas artes e nossas culturas.
(...)A experiência que temos vivido através dos Pontos de Cultura nos faz retomar esse sentimento “modernista” de “redescobrir o Brasil”, de fazer esse sentimento contaminar o Estado com a experiência da multiplicidade de nosso povo, um povo que se formou pela contribuição infinita de todas as culturas. Essa experiência me faz pensar sonhadoramente na possibilidade de tornar cada escola em um novo ponto de cultura, assim como poderíamos fazer com que cada museu se tornasse uma escola, um centro de formação e pesquisa, um lugar onde o patrimônio cultural e as tradições do país fossem vividos pelas comunidades de freqüentadores, pelo público, como ambiente de trocas e de conhecimentos. Talvez esteja nesse desejo a tão sonhada possibilidade de empoderamento das comunidades locais, um sonho de fazer com que cada indivíduo se assenhore de seu destino.
(...)A possibilidade de afirmação da vida e dos valores públicos, da sobre-vivência de nossa sociedade, reside na expansão desmedida que a educação e a cultura podem gerar em nossas consciências e imaginações, em nossos modos de ser e de existir, de fazer e de pensar. Eis o desafio lançado por todos e a todos nós que estamos aqui reunidos hoje."
(...)A experiência que temos vivido através dos Pontos de Cultura nos faz retomar esse sentimento “modernista” de “redescobrir o Brasil”, de fazer esse sentimento contaminar o Estado com a experiência da multiplicidade de nosso povo, um povo que se formou pela contribuição infinita de todas as culturas. Essa experiência me faz pensar sonhadoramente na possibilidade de tornar cada escola em um novo ponto de cultura, assim como poderíamos fazer com que cada museu se tornasse uma escola, um centro de formação e pesquisa, um lugar onde o patrimônio cultural e as tradições do país fossem vividos pelas comunidades de freqüentadores, pelo público, como ambiente de trocas e de conhecimentos. Talvez esteja nesse desejo a tão sonhada possibilidade de empoderamento das comunidades locais, um sonho de fazer com que cada indivíduo se assenhore de seu destino.
(...)A possibilidade de afirmação da vida e dos valores públicos, da sobre-vivência de nossa sociedade, reside na expansão desmedida que a educação e a cultura podem gerar em nossas consciências e imaginações, em nossos modos de ser e de existir, de fazer e de pensar. Eis o desafio lançado por todos e a todos nós que estamos aqui reunidos hoje."
Leia mais:
http://www.cultura.gov.br/noticias/discursos/index.html
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